Porque não nos podemos calar??


Porque não nos podemos calar??

O silêncio não é apenas a ausência do som... Certas vezes pode significar apatia, ou seja, como já diz o velho ditado “quem cala consente”, mas pra mim falta completar com “...mas não sempre!” Pois vejamos:

Se Lutero e Calvino não tivessem “falado”, as igrejas protestantes não terias sido criadas.

Se Mahatma Gandhi se tivesse escusado de falar, a independência da India demoraria muito mais para chegar.

Se Uria Simango, o 1º presidente da FRELIMO (sim, leram bem) tivesse “consentido”, o que seria de nós hoje?

Como estes há, de certo muitos outros exemplos a mostrar, porém acho que são suficientes para mostrar onde quero chegar! Há muitas coisas que passam à nossa volta que não podem mais ser consentidas ou caladas enquanto vão sendo feitas, enquanto barbáries vão acontecendo debaixo dos nossos olhos impávidos! A opinião pública é estupendamente maleável, e, de certa forma o povo está se deixando levar pelos rumos dos acontecimentos!

Como pode o preço da energia aumentar, a tal da taxa de lixo, o preço do pão, os preços disto e daquilo, que, à medida que o Dólar ou o Rand sobe ou desce, quem sofre são os nossos bolsos e o tão mencionado aumento do salário (muito falado perto do 1º de Maio) ainda não se ter concretizado?? E onde está o povo???

Como podem os jovens, nós, ficarmos calados enquanto fazemos bichas intermináveis nas faculdades públicas para concorrer para vagas que de ante mão já foram ocupadas, quando acabamos os cursos superiores voltamos a fezer bichas para arranjar emprego, correndo o risco de não sermos admitidos simplesmente não temos os famosos “anos de experiência”

Onde está a voz dos jovens????

Saibam pois que foram os jovens que em 1989 em Tiananmen na China se juntaram num nº igual ou superior a cem mil (100.000) em protesto a favor da liberdade e igualdade e contra a corrupção do governo Chinês. Foram jovens soldados que, em 25 de Abril em Portugal realizaram a “Revolução dos Cravos”. Nós jovens, somos chamados a intervir cada vez mais e melhor para que o nosso Moçambique não sejá de vez entrelaçado na teia da Corrupção e do deixa andar (dois termos ao quais estamos a ficar cada vez mais habituados). Não podemos deixar que o estado/governo ou quem quer que seja, nos roube o direito de viver numa nação democrática, onde a liberdade de expressão não é calada com balas no peito, como foi com Cardoso ou como muitos outros jornalistas pelo mundo fora!

Em que um ministro do interior incompetente como Tobias Dai, não se mantenha no cargo, depois da tragédia que foi causada por uma negligência humana a olhos vistos.

Onde ministros e dirigentes fazem o deu trabalho, como Ivo Garrido ou Felício Zacarias (estou certo que haverá muitos outros que não foram citados).

Pensemos, mas pensemos bem em que caminhos queremos conduzir o nosso Moçambique, pois somos NÓS que teremos que fazer com que esse caminho seja cumprido!!!

É CASO PARA DIZER...

Moçambique jovem, SURGE ET AMBULA!!!!!!!

Leonardo Vieira

9 comments:

    não sei se o post foi propositado mas não consegui ler nada....mas gostei muito do tema...espero que o discutamos por aqui kom afinco!

     

    Diga a todo o Moçambique que comente que participe!

    http://absolutamenteninguem.blogspot.com/2007/05/tea-scones-and-books-junho2007.html

    Para ser seleccionado tem que deixar um comentário!

     

    Concordo solenemente!
    Ainda ontem falava sobre isto exactamente a um ceptico amigo meu, ele conformadissimo com este sistema de merda, disse lhe q somos nós jovens q temos poder enqto somos jovens pq á medida q envelhecemos passamos a não ter forças para lutar e acabamos por engrenar no sistema! Disse lhe algo que o põs a pensar e espero faze-lo por aqui e passo a citar:
    "they got the guns but we got the numbers" que em tradução livre quer dizer "eles têem as armas mas nós temos os numeros", somos mais que eles todos juntos!
    E a multidão qdo se junta é capaz de um arrastão, um arrastão verbal!
    Aceito sugestões!
    Peace e avante la revolucion

     

    Tá mto bom este texto...

    Qto à passividade e à resignação da maioria dos jovens moçambicanos, axo ke isto deve-se especialmente ao tipo de educação ke a maioria deles recebeu dos pais... uns anos depois da Independência, nota-se um certo 'desleixo'; nota-se ke a preocupaxão dos mais velhos em consciencializar os mais novos já não era a mesma (estou a falar no geral, claro)... a vida estava facilitada prá mtos, introduziu-se um regime capitalista agressivo e injusto no País, onde kem é esperto (ou por vzs tbm, vigarista ou malandro) ou tem cunhas/sorte, dá-se bem, e kem não e não tem.... dá se mal...

    Esta maneira das coisas funcionarem foi 'aceite' pelas pessoas... ou então simplesmente 'conformaram-se', pk cmo realment beneficiou a um certo grupo, ke acabou por acumular mta riqueza e poder (e portanto, capacidade de influenciar, enganar ou persuadir), tornou-se meio díficil dps, de travar... e é cada vez mais dificil, o ke não significa ke se tornou impossivel!

    A classe média no país tá em franco crescimento; e em menor grau, mas tbm em crescimento, a classe 'dos ricos'... embora a classe 'pobre' continue a representar nas estatísticas, a esmagadora maioria... nota-se ke mesmo um jovem ke seja pobre, acaba por se deixar influenciar pela 'nova onda', e desprende-se de qqr consciencialização política e social...

    Noto ke qdo tento falar de Carlos Cardoso, ou qdo tento rebaixar o Nyimpine Chissano, mtas dos jovens com kem falo, mostram um total desinteresse por assuntos dexe tipo... e realmente, é mto triste ixo!

     

    Muito obrgado pelos comentários!
    Escrevi este texto a pensar que como eu, alguns jivens estariam cansados dessa passividade que nos tem caracterizado!
    Sugiro pois, que se faça uma "revolução silenciosa", em que cada vez mais jovens sejam chamados a dar o seu contributo a uma possível força juvenil revolucionária!

    Posso estar a ser muito sonhador...

    Mas eu acredito que posso ser parte da mudança...

    LV

     

    caro vieira...parabens, grande critica, grande texto! ja n vinha ca ha mt tempo...mas fico descansada por ver que as almas dos tambores nao se calaram

     

    Quando vi à primeira estava tudo distorcido e não deu pra ler, mas agora sim senhor, o texto é super... Gostei!!!

    Abraço

     

    Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

     

    Bradas, a tal revolução começa com os estudos... estudemos todos, desenvolvamos as nossas capacidades intelectuais e morais. Essa revolução do Che Guevara já não é pra aqui chamada. Li algures que "eles têm as armas mas nós os números"... so what?! então essa pessoa propõe o quê? Que andemos aí a fazer golpes de estado? Pra começar tudo de novo depois? E com o compadrio que existe na SADC, achas que uma qualquer tentativa de golpe de estado passava impune? Achas que os Zédus, e Mbekis iriam dizer "ya, boa cena que eles dizeram em Moçambique"!! Ou achas que eles iriam dizer "fodasse, estão a foder os meus bradas da FRELO, tenho de or ir ajudar, até porque isto ainda pode dar ideias aos meus conterrâneos para fazer igual aqui, e isso não pode ser"!! Não tenhas dúvidas que esta seria a forma de pensar deles... E já não falo só da SADC. Com os interesses que uma Austrália tem cá (MOZAL), uma China, um Brasil (com o carvão de Moatize), a última coisa que eles irão querer é que esses interesses deles saiam beliscados, ou seja que a FRELIMO caia do poleiro. Portanto o teu golpe de estado iria redundar no mínimo num fracasso, ou num total isolamento da comunidade internacional, que não iriam reconhecer o novo governo. Portanto, essas ideias de Che Guevara já eram pra. É muito bonito ler essas histórias, mas a cena passa por cultivarmos o intelecto. Formarmos quadros. Eventualmente na próxima vaga de dirigentes haverão alguns de nós, e isso já será suficiente para começarmos a mudar as coisas. Não se esqueçam que a esmagadora maioria dos nossos dirigentes ainda são ex-combatentes... mas acredito que a geração que aí venha já comecem a ser quadros, com formação universitária etc. e não formação militar na URSS ou Cuba.

    A luta continua!

    Ras Maputo