Parlamentar...


Carta a bancada Par(a)lamentar da Renamo

Senhores deputados:

Sou um jovem cidadão moçambicano, nascido nos fins da década de 80 e que portanto, assistí ao nascer do multipartidarismo no nosso país e tenho acompanhado o seu (não) desenvolvimento. Volvidos que estão 15 anos após o fim da Guerra Civil, e 13 da instauração do multipartidarismo, esperava no minimo uma oposição que tentasse fazer frente ao partido no poder no que respeita a apresentação de ideias construtivas para o desenvolvimento do país. É muito provável que as ideias que são propostas pelos senhores não tenham aceitação, porque como sabemos a vossa bancada tem pouco poder de votação em relação a bancada do partido no poder (e enquanto não mudarem de atitude assim continuará por muitos e longos anos), mas isso não significa baixar os braços, ficar a falar ao telefone durante as sessões parlamentares ou simplesmente adormecer na cadeira. Até porque dormir na cadeira faz mal a coluna...

Senhores deputados:

Treze anos é tempo mais que suficiente para começarem a “mostrar serviço”, mostrar que não estão ali para serem submissos, ainda por cima quando o oponente se chama FRELIMO. É certo que a FRELIMO detém maior número de assentos, e qualquer que seja a lei vinda das bandas do “Futuro Melhor”, aliás, “Força da Mudança” (o futuro foi tão positivo que acharam melhor introduzir uma certa mudança), será sempre aprovada, mas isso não implica que os senhores não devem trabalhar para mostrar as dificuldades do povo que os elegeu. Mostrar inconformismo não é de modo algum provocar distúrbios, até porque se estão ali é para chegarem a um consenso por via do diálogo, porque se bem me lembro quando não tinham argumentos ficavam lá nas matas a disparar rajadas de AK-47, e aí não tinham que pensar muito... O povo quando vê aquelas cenas tristes que a TVM (parceira da Frelimo) faz questão de mostrar pormenorizadamente mete as mãos á cabeça, como que a dizer “ Xikwembu xa ga Ni Nhike Mani a Humudzuku dzaga xa na” ? Batuques, panelas, apitos, ovos já ví serem tocados e arremessados dentro da casa onde supostamente se decidem as prioridades do povo. Mete nojo ver senhores, pais de filhos e acima de tudo com um compromisso assumido com o povo protagonizarem cenas daquelas. Isso sem falar no salário e nas mil e uma regalias de que dispõem. Se pretendem virar marimbeiros existe um festival anual muito conhecido no nosso país, podem ir lá e inscrever o vosso grupinho, porque de verdade não passam disso.
O povo não quer timbileiros a dirigir os seus destinos, até porque se quisessemos nomeavámos os Timbila Muzimba que dignificam e mostram o quão belo e culturalmente rico é o nosso país, atraindo investimentos que os senhores não sabem canalizar para o povo, deixando-os a mercê dos vossos colegas da assembleia que tratam de delapidar sem contemplações. O tempo gasto no planeamento daquelas zaragatas, podia ser muito bem usado na busca de soluções e propostas para a enorme lista de problemas que o povo diariamente apresenta.

Quase todos anos temos cheias e ciclones que fustigam as populações, aumentam a pobreza e semeiam o terror no seio da população mais desfavorecida. Que tal tentar (ao menos tentar) elaborar um plano de crise?

A criminalidade e em particular o crime organizado vai crescendo a olhos vistos no nosso país, e nada (embora os vossos colegas digam o contrário) é feito para mudar essa situação. Estamos a criar Corleones e Tattaglias neste “nostro” pobre país.

O número de pedintes nas esquinas aumenta a um ritmo alucinante, tal e qual vai aumentando o fosso entre ricos e pobres. E o que é feito? Hmmm, mudaram aquele slogan de “luta contra a pobreza” e instituiram a “erradicação da pobreza absoluta”. Como a palavra erradicação é meio complicada, lá foram os senhores cair na conversa que fez o boi dormir. Ainda ontem uma senhora chorava na televisão porque o seu filho único perdera o lugar na escola por falta de vagas. Mas ontem mesmo ví o presidente Guebuza a proferir umas palavritas básicas no parlamento(chamaram de discurso), e onde dizia que uma das prioridades do seu governo era o ensino para todos. Vagas até existem, a verdade é que o tal “deixa andar” e o “cabritismo” que muitos diziam extintos ainda imperam nas nossas escolas, e quem sofre com isso é o povo com a carteira vazia que não consegue cobrir a proposta que o “leiloador de vagas” vai atirando até chegar ao valor que lhe agrada. Que tal senhores deputados, sentarem-se naquele barzinho que tanto gostam e frequentam e tentar arranjar uma solução para que o filho da Dona Artemiza (aquela Renamista ferrenha) no próximo ano possa estudar?

Todos os dias sou obrigado a levar com “luta contra o HIV/SIDA” e “erradicação da pobreza” em tudo que é noticiário nacional. Mas a verdadeira luta tem que ser contra a corrupção, porque ela é que vai penetrando em todos os sectores da nossa Sociedade. O vírus “Corrupção” penetrou nos fundos do HIV/SIDA que são desviados ao mesmo ritmo das contaminações, enraizou-se nos profissionais de educação que tinham como obrigação formar quadros que soubessem dar continuidade a luta para a redução da descrepância social que se vive em Moçambique.
A informação que as crianças recebem na escola (e até em casa) só me leva a pensar isto: estaremos a formar GRANDES continuadores do “cabritismo” e do “deixa andar”.
Não sou renamista (Se Deus existe que me livre disso), e muito menos frelimista (arghh). Sou simplesmente um filho desta nação que observa com muita atenção, e que acredita que a oposição poderia fazer um esforço minimo para agradar o povo que os elegeu.

Enquanto os cães ladram, a caravana vai passando, passam até á ritmo de camaleão, mas roubando e pisando o povo 10 vezes mais que há 13 anos atrás.
Penso que a cultura parlamentar já se consolidou, e a oposição deve agir com responsabilidade e respeito pelo eleitor.
A não ser que foram afectados pela Síndrome de Estocolmo e apaixonaram-se pelos seus raptores, neste caso os vossos rivais, e pretendem ficar reféns dos ideiais frelimistas para a vida toda.

PENSEM NISSO...
Tsapau

Para contribuições, opiniões e outros grossocurto@yahoo.com.br


Antes de mais pedir desculpas a todos os visitantes pelo atraso deste post. É um assunto que não pode nem vai morrer, mas como todos sabem, Novembro/Dezembro é um período muito agitado e não foi fácil. Retomando :

Sabíamos que o post era algo especial e vocês confirmaram...Indignação, revolta, raiva,espanto, entre outros foram sentimentos patentes nos comentários, de longe o post com maior comentários.E não foi em quantidade, a qualidade dos comentários foi muito boa e há coisas que foram escritas que nos emocionam. Obrigado aqueles que nos mostraram que não estamos sozinhos e que há um conjunto de pessoas que quer que algo seja feito.Quase todos dizem o mesmo, vamos fazer algo, vamos, vamos.... E nós concordamos. O C&G já deu o 1º passo, vamos dar mais, mas todos aqueles que anseiam por justiça não podem esperar que sejamos nós a fazer tudo...vamos nos unir, vamos ter iniciativa, e vamos fazer algo para que a IMPUNIDADE não nos magoe mais a cada vez que cruzamos com a pessoa que nos tirou a Edna.

Ponhamos a mão na consciência....e se fossemos nós a vítima?!? Não gostaríamos de ter a certeza que o crime não passaria impune?? Que os nossos amigos ou mesmo conhecidos fizessem algo para reverter essa situação???A justiça não irá trazer a Edna de volta, todos sabemos, mas talvez acalmará o coração de muitos e no mínimo, evitará o sofrimento de ter de cruzar na rua com a pessoa que cometeu a barbaridade. Assim, e para começar, seguindo algumas ideias das pessoas que comentaram, vamos passar das palavras aos actos, e para já:

- http://www.stv.co.mz/contactos/index.php --- site da STV onde podemos deixar uma mensagem dirigida à REDACÇÃO COMERCIAL. Podem usar o texto aí abaixo ou um da própria autoria. Vamos fazer pressão na comunicação social para que outras pessoas fiquem a saber.

- Programa DIÀLOGOS/ANABELA ADRIANOPOULIS --- quem puder lhe mostrar este blog e o post com os comentários era importante. A ver se ela tocava no assunto no programa.

- IMPRENSA em GERAL --- quem puder espalhar o post ou só a informação básica já estaria a ajudar.

- Em breve tentaremos pôr a circular por email, e porque não impresso também, um abaixo assinado dirigido ao Ministro do Interior exigindo JUSTIÇA. Desafiamos algum dos visitantes do blog a escrever o texto e a enviá-lo para o nosso email.

Não vamos deixar em branco !!!

Curto & Grosso

PS – estava incluido nos emails a enviar, cartas ao Holiday Inn de Maputo e Internacional porém, foi nos informado que a foragida da justiça já não é funcionária daquele estabelecimento, pelo que retiramos essa parte. Quem souber de algo relativo por favor nos informe.

Mensagem à STV:

Sou um cidadão revoltado com o caso de uma jovem assassina confessa que anda a monte pelas ruas da nossa capital.

A jovem de nome Elma (ex modelo que de certeza já deve ter passado num dos vossos programas de entretenimento), é assassina confessa de Edna de Castro, e sem ter cumprido a pena (que era o de menos) deambula pelas ruas da nossa cidade.

Gostaria que a STV desse a conhecer o caso, e mostrasse aos moçambicanos a história e a impunidade de uma assassina confessa, que passeia pelas artérias da nossa cidade, deixando impávidos individuos que tal como eu anseiam por justiça.

Obrigado pela atenção

Um cidadão preocupado

Liberdade de Expressão VS Palhaçada


LIBERDADE DE EXPRESSÃO ! ! !

A brincar a brincar foi isso que se viu e sentiu na noite de ontem no debate sobre a música moçambicana no programa PONTO PARÁGRAFO brilhantemente criado pela senhora Anabela Adrianopoulis. Parabéns ! ! !

De simplesmente um debate sobre música, o programa tornou-se numa janela para a sociedade se expressar (neste caso especial a sociedade musical) e foi aproveitada pelos mesmos para exporem livremente as suas ideias. E não se fizeram de rogados !! Desde a filosofia de um membro da plateia devidamente sorumado, passe a expressão, passando pelas habituais bocalidades do palhaço local o sr Mc, indo até à denuncia directa e explicita do guitarrista amável e do sr Garrido indo acabar no mestre Mucavele que, se não me engano, foi a 1ª pessoa a confrontar o dignissimo MC com um adjectivo....palhaço!

Foi bonito de ver, inclusive as palhaçadas... Ao que se passou hoje à noite deram um nome.....LIBERDADE DE EXPRESSÃO !!!

PENSEM NISSO
Tsin Tsi Va

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Quinta feira!!!

Como habitualmente tenho feito desde que a ilustre apresentadora Anabela Adrionopoulis arrancou com o programa semanal “Ponto Parágrafo”, sentei-me em casa bem posicionado para acompanhar o debate. Mas o tema não era novo...era “prolongamento” da semana passada, porque o tema em questão é muito complexo e não se pôde concluir tudo em 90 minutos.
Debatia-se “Música Moçambicana”, esse velho e controverso assunto que tal como “Moçambicanidade e Cidadania” deixa meio mundo inquieto e com mil definições sobre o que será na verdade música moçambicana.
Não vou definir música moçambicana porque esse não é o meu interesse. Sou amante de música moçambicana no seu todo, seja ela de “Raiz” ou “Pimba” como apelidou o consagrado José Mucavel a música feita actualmente pela juventude.
Tudo o que se disse é legitimo. É legitima a critica dos músicos ditos da “velha guarda” em relação a perca da identidade africana/moçambicana por parte dos jovens, como também é legitima a defesa dos jovens de estarem ou terem sido “americanizados” pelas televisões. Tudo é legitimo, desde que façam o que melhor sentem e o façam com arte e pelo amor a esta.
No conjunto dos dois debates ouví e pude colher boas opiniões sobre o que é música moçambicana, sobre o marketing que o artista faz (ou devia fazer), sobre continentes e conteúdos. Quando na semana passada José Mucavel abriu as hostilidades e chamou “Pimba” ao estilo de música feito pela juventude criou uma certa agitação, mas este baluarte da nossa música disse o que pensa, é o seu sentimento, é a sua visão.
A coisa não parou por aí, mil opiniões e teorias sobre a identidade que estava a ser perdida ou pela globalização que não perdoava a ninguém e aniquilava até mesmo a nossa velha e saudosa marrabenta que foi tão bem difundida por Mahecuane e Xidiminguana foram expressas, umas bem organizadas e com algo palpável, outras a pautarem-se pelo vazio. Nesse vazio surgiu o nosso querido Mc Roger, que ao seu estilo “apalhaçado” decidiu (des)contribuir. Fez uso do seu latim desusado para dizer aquelas coisas que todos já sabemos, mas das quais captei e guardei estas: “não é por acaso que eu ando sempre bem vestido nos meus fatos Armani”. Olha senhor Mc, ninguém estava ali para discutir marca de fatos, e mesmo que a boa aparência faça parte da estratégia de marketing de um cantor é escusado estar a dizer isso em público.
Mas como não há duas sem três, o Mc voltou esta semana, e com o mesmo discurso, fez até questão de se levantar, tal Mestre de Cerimónia que diz ser. No decurso do seu discurso que visava claramente afectar a “velha guarda” (incidindo mais sobre José Mucavel) ele rematou: “nós movimentamos massas, fazemos encher palcos (...)passado é passado”. E não satisfeito com a estupidez que acabara de dizer ainda foi tentando (em vão, diga-se) adicionar mais merda a porcaria que a sua mente quadrada produzira. “Porque eu não vou aparecer num programa de televisão com a mesma camisa que usei para ir ao churrasco do primo na semana passada”-dizia ele, destrambelhado arrogante e armado em gentleman.
Mas como não estava a falar para miúdos, Mucavel respondeu-lhe com classe e mestria: “Há que saber distinguir Arte e palhaçada, não será um palhaço que me vai dizer o que devo fazer”...
Parece que o texto “Receita para um Jet Nacional” de Mia Couto produziu mais um “novo gentleman”...
Um pouco antes do palhaço ter dado inicio ao seu show, Amável, muito amavelmente ofereceu-me a noticia do dia (para não dizer do ano). Durante o período em que andava cima e baixo procurando patrocinadores para o seu álbum, recebeu uma carta do senhor Mcel (Titos Tezinde) em que dizia que a música deste “nada contribuia para o desenvolvimento da música em Moçambique”.
Bem que a minha mãe sempre me diz que dinheiro até sobriedade tira as pessoas.
Como pode um individuo que concede patrocinios a um palhaço (palhaço, volto a repisar) como Mc Roger pode dizer isso?!?
Em que contribue a palhaçada do Mc Destrambelhado para o desenvolvimento do que quer seja em Moçambique?
Só se for para aumentarmos o número de incultos e analfabetos, porque de conteúdo nada se aproveita nas mensagens que o “novo gentleman” tenta produzir...
A não ser que o senhor Tezinde seja tão “orgulhosamente moçambicano” e acorde todos os dias a cantar “abre a porta para ele entrar”...
Enfim...

PENSEM NISSO...
Tsapau

Para contribuiçõe, opiniões e outros grossocurto@yahoo.com.br