"Diria, com certeza."


Quando num comentário (comentario do Raul Monteiro na Quarta-feira, Outubro 24, 2007 11:40:00 PM) do ultimo post (este) que colocamos aqui no C&G, apareceu o link do post (ver aqui!) que passamos a transcrever em baixo, não previa o que iria encontrar. O comentário não faz referência ao post inteiro mas só a dois paragrafos, onde fala de duas pessoas que estivemos a comentar aqui nos ultimos post.

Quando me direcionei para o link foi isto que encontrei...e logo de seguida tentei comentar o post mas a pagina
está censurada quando é para colocar comentários. Mas transcrevo aqui a minha tentativa de comentário:

Caro Orlando, diga-me que este post
não passa de uma brincadeira, de ficção.
Porque se não for, então, como
moçambicano sinto-me envergonhado
pelas palavras do presidente do meu país.
Irei publicar o seu post no blog
de que faço parte.

www.grossocurto.blogspot.com

Com os maiores cumprimentos.

PENSEM NISSO...Um obrigado ao Raul pelo link.

Ma_Fur_Ra


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Se fosse em Moçambique eu dizia-lhe como era”

No tempo em que na Comunicação Social portuguesa se fazia Jornalismo (dizem-me que, hoje, ainda há alguns exemplos dessa quase histórica actividade) tive a oportunidade de entrevistar Joaquim Chissano, então presidente de Moçambique, e Armando Guebuza, na altura secretário-geral da FRELIMO.

Do que a memória registou, ficou-me de Chissano a imagem de um estadista de nível mundial, tão capaz de dialogar com o arrumador de carros como com o secretário-geral da ONU. Era o homem certo no lugar certo, na circunstância a Presidência de Moçambique.

Quanto a Guebuza não ficou a imagem mas, isso sim, a certeza de um político arrogante, sem grande preparação intelectual e que tinha orgulho em demonstrar que a razão da força era a solução para todos os problemas.

A entrevista a Guebuza até nem correu bem porque, provavelmente ao contrário do que estaria habituado, não aceitei fazer as perguntas que um dos seus muitos assessores tinha preparado.

«Assim não dou a entrevista», disse-me Guebuza, acrescentando: «Eu é que sei o que é importante perguntar».

Perante a minha recusa, Guebuza acabou por aceitar responder ao que eu quis perguntar, deixando no fim um recado: “Se fosse em Moçambique eu dizia-lhe como era”.

Diria, com certeza. Diria, não diria Carlos Cardoso?

9 comments:

    Manos!

    Eu estive no Link que vcs apresentam e consegui comentar!
    Mas só será publicado com autorização do Autor do Blog!

    Tenta ver no fom do post e escreve de novo ok?

     

    Não se trata de censura nem de critérios editoriais que, muitas vezes, querem dizer a mesma coisa. Trata-se de evitar linguagem menos própria, apenas isso.

    O comentário está, aliás, já publicado.

    Infelzmente para todos nós, é verdade o que escrevi.

    Orlando Castro

     

    Caríssimos,

    quer-me parecer que esta história passou-se num [outro] determinado contexto histórico e temporal.
    Muito provavelmente ainda nos tempos do socialismo ou recém-entrados nos tempos do multipartidarismo.
    Portanto, não vamos reagir e escandalizar-nos como se tivesse sido o nosso actual presidente, no exercício das suas funções, que proferiu estas palavras.
    Outro dia via alguém a dizer que, a maioria dos erros que os nossos governantes cometeram, deveram-se igualmente à circunstância de a maioria deles ter chegado ao poder [aquando da independência] quando tinham todos por volta dos 30 anos, sem qualquer experiência governativa ou de gestão do que quer que seja, a não ser das denominadas "zonas libertadas" de Nachingwea e afins.
    Portanto, acho que é preciso relativizar determinados erros, tendo em conta o contexto histórico em que aconteceram.
    Quer-me parecer que o Guebuza de hoje em dia, com os vários erros e defeitos que ainda comete e possui, quer-me parecer que nunca iria agir desta maneira arrogante.
    As pessoas aprendem.
    As pessoas crescem.
    Ou vocês nunca cometeram erros no passado que hoje em dia não repetiriam?
    Eu como moçambicano não me sinto envergonhado por esta história.
    Estaria se ela tivesse tido lugar nos dias de hoje, com Guebuza na qualidade de presidente do meu país.
    Quer-me parecer que hoje em dia o guebuza não repetiria as operações produções.
    No entanto, quero deixar bem claro que não estou a dizer para ignorarmos as operações produções e afins... perdoar e entender é uma coisa; esquecer é outra!

    Moçambique Hoye!

    Raúl Monteiro

     

    Damn!!! Que situação, hem?! Mas ya, é aquela dica que tenho dito e repetido inúmeras vezes: os nossos governantes não gostam do povo. Quanto mais permitir que sejam questionados sobre, seja lá, o que for...

     

    Caro Raul,

    Tens razão deveriamos saber quando foi realizada a entrevista com o presidente guebuza para termos noção do espaço e tempo em que tal ocorreu.

    Vou perguntar ao Orlando Castro.

    Abraço

     

    A entrevista foi realizada no Porto depois de uma visita de Armando Guebuza ao presidente da autarquia, Rui Rio.

    Creio que terá sido há cerca de cinco anos, mas tão rapidamente quanto possível verificarei a data exacta.

    Orlando Castro

     

    Bem, para quem achou que essa atitude era dos anos 70, parece-se que já está visto que nao. Em 2o lugar, já me foram relatadas (na 1a pessoa) 2 situacoes em que o camarada esteve envolvido, recentemente, e que indicam que a atitude nao mudou...A arrogancia permanece por lá.

    E já agora, voltando aos anos 70/80, ha um documentario a circular sobre os mocambicanos que eram da PIDE em que mostram SAMORA num ONE on ONE com alguns deles. A certa altura ele diz para os PIDEs, "SE GUEBUZA ESTIVESSE AQUI!!!"

    As pessoas mudam com certeza, mas nao tanto...

    Saudacoes, e este post está nota 10 !!

     

    A entrevista a Armando Guebuza foi publicada no dia 21 de Setembro de 2002.

    Enviei cópia da mesma para o mail deste Blog.

    Um abraço do,

    Orlando Castro

     

    O Documentario que o Tsi Tsi Va menciona chama-se "Os Compromentidos" acho, bue antigo, mas que quem for que seja o ver ira entender o quanto a Samora era mais pacificador do que a FRELIMO e hoje. Samora comandava respeito, e a mencao do guebuza e mesmo arrepiante, como se guebuza fosse o boogeyman...pena que a nossa historia foi escrita pela FRELIMO, jamais teremos a oportunidade de realmente conhecer o verdadeiro GUEBUZA.